O CLASSE S REVIVIDO

O CLASSE S REVIVIDO

Nuno NUNO

SOC. COM. C. SANTOS E MERCEDES-BENZ CLUB PORTUGAL REÚNEM CLASSE S HISTÓRICOS

O novo showroom da Sociedade Comercial C. Santos, na Maia, junto ao aeroporto do Porto, recebeu, no sábado (22 de abril), exemplares clássicos Mercedes-Benz Classe S. A iniciativa partiu da Sociedade Comercial C. Santos e do Mercedes-Benz Club Portugal.

Mercedes-Benz W116 — Source: Soc. Com. C. Santos
Mercedes-Benz W116 — Source: Soc. Com. C. Santos

O novo espaço da Sociedade Comercial C. Santos foi visitado por um restrito grupo de unidades dos icónicos W108 e W111. O showroom teve ainda exposta uma unidade W116, além de Mercedes-Maybach Classe S e EQS Limousine da atual gama, bem como nove unidades do sempre marcante Mercedes-AMG SL.

A caravana dos raros modelos W111 e W108 estacionou no parque da Sociedade Comercial C. Santos junto ao aeroporto do Porto após um curto percurso entre Leça da Palmeira e as instalações do representante Mercedes-Benz.  O grupo de apaixonados pela Mercedes-Benz pôde conversar sobre este e outros modelos que marcam a história do automóvel.

Mercedes-Benz W111 — Source: Soc. Com. C. Santos
Mercedes-Benz W111 — Source: Soc. Com. C. Santos

Reunir história num showroom do futuro

«O Classe S é um dos ícones da Mercedes-Benz. As várias gerações foram um exemplo de robustez, fiabilidade, segurança e tecnologia. É muito interessante para nós trazermos um grupo de apaixonados pela marca e pelo modelo à Sociedade Comercial C. Santos», refere o presidente do Mercedes-Benz Club Portugal, Manuel Neves.

«As várias gerações Mercedes-Benz Classe S discutem o “título” de melhor automóvel do mundo. Como o novo showroom da Sociedade Comercial C. Santos também é um exemplo de tecnologia, reunimos condições para esta excelente manhã», afirma o relações públicas da Sociedade Comercial C. Santos, Aquiles Pinto.

Mercedes-Benz W111 — Source: Soc. Com. C. Santos
Mercedes-Benz W111 — Source: Soc. Com. C. Santos

Fintail substituíram “Pontons”

Apresentado no Salão de Frankfurt de 1959 para substituir os modelos “Ponton”, o Mercedes-Benz W111 ficou conhecido por “Heckflosse” na Alemanha, “Fintail” nos mercados anglófonos e “Rabo de Peixe” em Portugal, devido ao seu design inovador na traseira, elaborado por Friedrich Geiger. Em 1961, ao modelo de quatro portas juntaram-se os coupé e cabriolet, com design de Paul Bracq. Entre 1959 e 1971 (berlina de quatro portas de 1959 a 1968 e coupé e cabriolet de 1961 a 1971) foram produzidas 370 807 unidades do modelo.

O W111 foi um modelo revolucionário para a época por já contemplar zonas de absorção de energia em caso de impacto, tornando-o num dos automóveis mais seguros da sua geração. Conhecido pela sua fiabilidade, o modelo também teve reconhecimento na competição e venceu o Rali de Montecarlo de 1962 com a piloto Ewy Rosqvist.

Clássicos Mercedes-Benz Classe S — Source: Soc. Com. C. Santos
Clássicos Mercedes-Benz Classe S — Source: Soc. Com. C. Santos

“Revolução” na traseira e grelha frontal

O Mercedes-Benz W108 foi apresentado no Salão Automóvel de Frankfurt de 1965 e substituiu o W111.  A equipa de designers liderada pelo francês Paul Bracq operou bastantes melhorias neste W108 face ao antecessor. Destaque para o pára-brisas 17% maior, mais 60 mm de altura e mais 15 mm de largura. Mas não são estas as diferenças mais visíveis. Com efeito, um dos aspetos mais diferenciadores do W108 face ao W111 foi o desaparecimento do chamado “Rabo de Peixe” na traseira. Outro foi a grelha frontal ter começado a transição de vertical para mais baixa e mais larga.

No topo da gama W108 estava o modelo 300 SEL (designado por W109). Como o W108/W109 estava disponível apenas como carroçaria de quatro portas, os coupés e cabriolets W111 e W112 de duas portas, por também serem quadrados (sem “Rabos de Peixe”) preencheram esses nichos e são frequentemente confundidos com os W108/109 de duas portas.

Um Clássico no meio de modernos — Source: Soc. Com. C. Santos
Um Clássico no meio de modernos — Source: Soc. Com. C. Santos

O W108/W109 foi produzido entre 1965 e 1972 (1973 na América do Norte), ano em que foi substituído pelo modelo W116. Ao longo dos sete anos de produção, saíram das linhas de montagem da Mercedes-Benz 383 361 unidades W108/W109.

Primeiro Classe S e estreia do ABS

Mercedes-Benz W111 e W108/W109 são, por legítimo direito, considerados Classe S, mas ainda não tinham essa designação oficial. O nome S era já usado desde o fim da década de 1940 pela Mercedes-Benz para designar os seus topos de gama, mas apenas a partir de 1972, com o W116, é que o S (letra que também era usada nos modelos sobrealimentados da década de 1920) passou a identificar uma gama completa. Com o S (do alemão sonderklasse, ou “classe especial”), a Mercedes-Benz iniciou uma lógica de nomenclaturas que, a partir de 1993, foi estendida a outros modelos da marca, como o Classe C, E ou G.

Foi precisamente um W116, propriedade do Mercedes-Benz Club Portugal, que esteve exposto este fim de semana no showroom da Sociedade Comercial C. Santos, na Maia-Aeroporto, ao lado de unidades Mercedes-Maybach Classe S e EQS Limousine da atual gama da marca.

Um Clássico no meio de modernos — Source: Soc. Com. C. Santos
Um Clássico no meio de modernos — Source: Soc. Com. C. Santos

O primeiro Mercedes-Benz Classe S da história ficou conhecido por várias inovações tecnológicas. Dessas podemos destacar o facto de ter sido o primeiro modelo turbodiesel (entre vários motores a gasolina e diesel atmosféricos) produzido em série pela marca. Considerado Carro Europeu do Ano em 1974, o W116 foi o primeiro automóvel de produção do mundo a incluir sistema de travagem anti-bloqueio eletrónico (do alemão antiblockier-bremssystem), mais conhecido pela sigla ABS. A tecnologia foi disponibilizada pela Mercedes-Benz neste modelo a partir de 1978 (como opcional).

A produção do W116, entre 1972 e 1980, totalizou 473 035 unidades. O W116 foi sucedido pelo Classe S W126 (apresentado oficialmente em 1979).