TEST-DRIVE: SCANIA R 590 V8
TEST-DRIVE: SCANIA R 590 V8

TEST-DRIVE: SCANIA R 590 V8

Giancarlo Terrassan GIANCARLO TERRASSAN

Scania R 590 V8  — “V8” o topo de classe!
O que mais se pode pedir?

Test-Drive: Scania R 590 V8 – Source: Jornal Strada — Nuno Almeida

Em final de 2019 testei o Scania R 540 e no verão deste ano o Scania 540 S, ambos equipados com o novo propulsor DC13-166 de 13 litros, de 6 cilindros em linha e com 540 cv de potência, introduzido no verão de 2019.

Nestas duas experiências tive a possibilidade de testar esta nova motorização, bem como a evolução da tecnologia introduzida, no primeiro com a Scania GRS905R, a anterior caixa de velocidades, e no segundo com a nova Scania G33CM.

Test-Drive: Scania R 590 V8 – Source: Jornal Strada — Nuno Almeida

Além do desempenho destas cadeias cinemáticas, tive também a ocasião de experimentar as tecnologias implementadas, relacionadas com a segurança activa e passiva, para dar suporte ao motorista durante a condução e apreciar as características principais das novas cabinas da série “R” e da série “S”, nomeadamente, o conforto, a ergonomia, a habitabilidade e a qualidade dos componentes dos seus interiores.

No início deste ano a Scania tinha introduzido a nova geração de motores Scania V8 SCR Euro 6 de 16,4 litros, que englobam 4 níveis de potências: DC16-120 de 530 cv, DC16-121 de 590 cv, DC16-122 de 660 cv e DC16-123 de 770 cv.

Desde então, estava ansioso por testar um Scania equipado com um destes motores. Finalmente, em Outubro, chegou o momento de efectuar este test-drive. Desta vez, o veículo, era um Scania R 590 V8.

Test-Drive: Scania R 590 V8 – Source: Jornal Strada — Nuno Almeida

Para quem efectua transportes com carga máxima e em itinerários com declives acentuados, o Scania R 590 V8 que testei, representa a melhor solução para aumentar as velocidades médias e, consequentemente, diminuir ainda mais o TCO, o impacto económico e ambiental e, consequentemente, a pegada ecológica.

Como refere o construtor «Em muitos aspectos, este maravilhoso camião corresponde a todo o que um transportador pode sonhar. Oferece uma ampla e confortável cabina com tecto alto e com o mais baixo degrau do túnel do motor, juntamente ao motor Scania V8 de última geração.

Especialmente, desde que este motor foi acoplado à G33CM, a nova caixa de velocidades Scania Opticruise…»

O que mais se pode pedir?

Test-Drive:
SCANIA R 590 V8 — Sistemas de apoio ao condutor

Source: Scania

Todas as cabinas da Scania Next Generation foram pensadas e desenvolvidas tendo em consideração, como pontos principais, o espaço de trabalho, o espaço para o descanso do motorista (no caso das sleeper cabs), as arrumações, a segurança e a fiabilidade.

Toda a cabina foi desenvolvida a partir do lugar de condução, o qual foi reposicionado visando melhorar a ergonomia e a visibilidade para o exterior, além de optimizar a habitabilidade do espaço interior.

Uma melhor visibilidade para o exterior reduz o risco de acidentes, por isso, as janelas laterais e o tablier foram rebaixados.

Test-Drive: Scania R 590 V8 – Source: Jornal Strada — Nuno Almeida

O painel de instrumentos foi optimizado e os displays aumentados, permitindo uma melhor e mais clara leitura.

Todos os comandos são ergonomicamente posicionados e a sua colocação é intuitiva. Os mais importantes e mais utilizados estão no volante: no centro, os comandos do cruise control, controlo da distância de segurança e controlo da velocidade em descida; na direita, os comandos do menu do computador de bordo; na esquerda, os comandos do telefone e do rádio.

A nova alavanca da gestão da caixa Opticruise e do retarder é equipada com dois botões suplementares. Um destes dois botões serve para activar ou desactivar o travão de escape, enquanto o outro, para activar ou desactivar o funcionamento automático do retarder ao utilizar o pedal do travão. A desactivação do travão de escape é particularmente útil quando estamos percorrendo estradas com pouca aderência, especialmente em caso de gelo, para evitar o possível bloqueio das rodas do eixo de tracção.

A habitabilidade da cabina é extremamente relevante, especialmente para quem faz o longo curso, visto que para muitos motoristas a cabina do camião corresponde praticamente à primeira casa, onde vivem 24 horas por dia. Sendo assim, o motorista dá muito valor aos seguintes pormenores: banco; ajuste do volante; climatização, ar condicionado e/ou aquecimento de parque; insonorização; iluminação interior; múltiplas arrumações; suportes para garrafas de água em lugares fáceis de alcançar; arrumações para conservação de alimentos; capacidade e qualidade do frigorífico; cama; tomadas eléctricas; tomadas USB; sistema de som; facilidade de efectuar a limpeza; entre muitos outros pequenos confortos.

Por experiência própria, dou muito valor a estes pormenores.

O acesso à cabina é garantido por 3 degraus com um intervalo de 385, 395 e 320 mm, antes de poder meter os pés no chão da cabina, a qual oferece uma altura interior de 2.070 mm. Acima do túnel do motor, a altura do chão ao tecto é de 1.915 mm e o degrau para o cimo do túnel é de apenas 155 mm.

O ajuste do volante (de 0º a 50º) é muito importante, seja para encontrar a posição mais confortável durante a condução, mas também para o poder colocar mais à frente e o mais plano possível (0º) durante o descanso, permitindo assim, uma melhor mobilidade ao entrar e sair do camião, bem como para servir de base de apoio.

Sendo que pelo menos 8 horas, são dedicadas ao sono, a cama e o seu colchão são extremamente importantes para proporcionar ao motorista um óptimo conforto e um merecido descanso. As larguras standard das camas são de 800 mm para a cama inferior e de 600 mm para a superior. Opcionalmente, é possível escolher para uma cama inferior extensível, a qual chega a ter uma largura de 1.000 mm. Sempre opcionalmente, também a cama superior, pode ser escolhida mais larga, 800 mm.

O tamanho da cama inferior é de 2.175 mm e 1.940 mm para a superior.

— O Scania R 590 V8 que testei estava equipado somente com uma cama extensível.
Três volumosos armários ocupavam o lugar da cama superior.
Os bancos do condutor e do passageiro eram em pele, do tipo Premium, sendo que o banco do passageiro podia ser rodado em 90º. —

Permanecer num ambiente ruidoso durante muito tempo é nocivo para a saúde e a longo prazo pode provocar distúrbios graves. O nível de ruído medido no interior da cabina, a uma velocidade de 80 km/h, foi de apenas 50 db.

— Mais uma vez, pude apreciar o baixo nível de ruído no interior destas novas cabinas da Scania Next Generation. —

Um bom isolamento térmico, uma boa climatização e um bom aquecimento, são factores muito importantes para o conforto do motorista.

Conduzir com a temperatura ideal é sinónimo de mais atenção e segurança na condução. Dormir num ambiente com a temperatura ideal, graças a um sistema de climatização e de aquecimento (autónomos do motor), juntamente a uma cama confortável, confere um melhor descanso e, consequentemente, uma melhor condição física e mental, uma maior atenção, para enfrentar um dia de condução. Enfim, a temperatura ideal no ambiente de trabalho se reverte em menor stress, maior produtividade, maior segurança e menor risco de acidentes.

— Sofrendo muito com o calor, dou um valor muito especial ao sistema de ventilação e climatização de um veículo. Durante a condução, pude apreciar mais uma vez o excelente sistema de climatização destes novos Scania. —

Test-Drive:
SCANIA R 590 V8 —
Sistemas de apoio ao condutor

É nesta área que começamos a notar as inovações tecnológicas, já com um pé no futuro.

Inovações que servem sobretudo para facilitar a vida ao motorista e, em simultâneo, aumentar substancialmente a segurança rodoviária, contribuindo para uma redução dos acidentes rodoviários causados por erro humano.

Todavia, estas inovações começam já na construção da cabina. Na Scania New Generation, a cabina é muito mais robusta, graças ao aço de elevada resistência utilizado para a construção das suas estruturas. A Scania foi também o primeiro construtor no mundo a implementar a utilização de airbag lateral.

Um vasto leque de sistemas de apoio ao motorista, vão ajudá-lo na sua cada vez mais complicada tarefa de conduzir em segurança.

— O nosso Scania R 590 V8 em teste, estava equipado com o importantíssimo ADAS (Advanced Driver Assistant Systems); o BWS (Blind Spot Warning); o VRUCW (Vulnerable Road User Collision Warning); o EAS (Electrically Assisted Steering); LKA (Lane Keep assist); LCP (Lane Change Collision Prevention); LDW AS (Lane departure Warning with Active Steering); AEB (Advanced Emergency Braking); EBS (Electronic Braking System); Hill Hold; ESP (Electronic Stability Programme).
É interessante notar, que todos estes sistemas constituem já a base para a condução autónoma. —

ADAS — Radares laterais do BWS e o VRUCW, LCP — Source: Jornal Strada — Nuno Almeida

Devido às suas dimensões, o camião é como um elefante numa loja de porcelanas, cada mínimo de movimento pode causar grandes danos. Especialmente se os outros ocupantes da loja não tomam as devidas precauções.

Se conduzir nas autoestradas é perigoso devido ao elevado aumento de veículos circulantes. Nas cidades é ainda mais perigoso, devido à grande quantidade de elementos que requerem atenção — sinais, semáforos, carros, motos, bicicletas, peões, etc.. Neste contexto, o risco de ter um acidente é elevado. Por isso, torna-se absolutamente necessário auxiliar o motorista com sistemas de apoio à condução.

Por este motivo, os acidentes devidos ao erro humano estão aumentando.

Para diminuir drasticamente estas casualidades, a Scania introduziu o ADAS (Advanced Driver Assistant Systems), que engloba também o BWS (Blind Spot Warning) e o VRUCW (Vulnerable Road User Collision Warning) — se activado —interage com todos os outros sistemas presentes e está preparado para reconhecer outros sistemas que possam ser implementados no futuro.

O ADAS, que é opcional, utiliza também dois radares, em cada lado, inseridos na parte posterior do guarda-lamas do eixo dianteiro do camião.

ADAS – BWS e VRUCW — Sistema de alerta sonoro e luminoso através de faixas LED colocadas nos pilares “A” da cabina. — Source: Scania

Em circuito citadino o BWS e o VRUCW, através dos radares laterais, detectam veículos, motos, bicicletas e pessoas que possam estar nas laterais do camião. Caso se encontre realmente algo ou alguém, o sistema emite um alerta sonoro e luminoso através de faixas LED colocadas nos pilares “A” da cabina.

O BWS e o VRUCW trabalham em paralelo.

O BWS é activo a partir de 2 km/h, cobre a área lateral total do camião — incluindo o trailer ou semitrailer — e funciona em qualquer ambiente.

O VRUCW é mais específico em ambientes urbanos e é activo até uma velocidade de 36 km/h.

ADAS – BWS e VRUCW — Sistema de alerta sonoro e luminoso através de faixas LED colocadas nos pilares “A” da cabina. — Source: Scania

No final de Novembro do ano passado, a Scania lançava um novo sistema opcional, o EAS (Electrically Assisted Steering), um sistema de direcção electricamente assistida, conectado também ao ADAS.

As funções do ADAS baseadas em EAS são activas a partir de 60 km/h. Com o EAS, entram em função também o LKA (Lane Keep Assist), o LCP (Lane Change Collision Prevention) e o LDW AS (Lane Departure Warning with Active Steering). Uma excelente combinação, especialmente em autoestrada.

O LKA monitoriza constantemente as marcações horizontais para manter o camião centrado na faixa de rodagem se activo —, utilizando a AS (Active Steering), se a velocidade for superior a 60 km/h.

O sistema de alerta por saída da faixa de rodagem com LDW AS, baseado no LDW, ao detectar uma saída da faixa de rodagem, intervém automaticamente, repondo o veículo na respectiva faixa de rodagem. Ao utilizar o sinalizador de direcção (pisca), o LDW AS não actua.

ADAS LCP LDW AS EAS — Source: Scania

O LCP, sistema de prevenção de colisão por saída de faixa, por sua vez, funciona juntamente ao BSW, o sistema de aviso de ângulo morto. O LCP é um ulterior sistema de segurança acima do LDW AS. Se o LCP detecta um veículo na lateral do camião/conjunto, mesmo que o sinalizador de direcção esteja activo, por exemplo numa tentativa de ultrapassagem, o LCP activa o modo de segurança e actua repondo o veículo na faixa de rodagem, impedindo a colisão.

Outra grande utilidade do EAS e deste conjunto de funções, é em caso de vento lateral.

O EAS é especialmente útil em manobras, tornando o manuseamento do volante mais leve.

Outra particularidade interessante do EAS, é o retorno automático do volante à posição “zero” nos arranques de parado — Retorno Activo.

— Ficou claro que o ADAS irá ajudar a diminuir drasticamente os acidentes, mas isto será possível somente se as empresas os terão em consideração no momento da adquisição do camião, caso contrário, até não se tornar obrigatório, ficará somente um extra “bonito”.

A meu ver, estou seguro que o ADAS terá tido a sua utilidade, pelo menos uma vez, ao longo de um ano de condução.

Uma pequena distracção acontece a todos…

Não é dito que com estes sistemas de apoio à condução, possamos retirar as mãos do volante e deixar o camião conduzir sozinho, mesmo que ele consiga já gerir perfeitamente toda a situação.

Todavia, foi interessante experimentar como funcionam e como actuam e não consegui resistir em testar estas funcionalidades.

Durante o teste em autoestrada, abrandei até aos 70 km/h e deixei-me propositadamente ultrapassar por um camião, mantendo as mãos apenas apoiadas no volante, sem forçar nada, mas sempre pronto para o segurar.

O nosso camião geriu tranquilamente a situação, com uma simplicidade extrema.

Uma autêntica pluma!

Estamos prestes a conduzir camiões semiautónomos, não faltará muito! —

Test-Drive:
SCANIA R 590 V8 — DC16-121 590

O V8 de última geração

Como já mencionei, o Scania R 590 V8 é equipado com o novo DC16-121, um 8 cilindros em “V” de 16,4 litros, com 590 cv/434 kW de potência a 1.900 rpm e um binário de 3.050 Nm entre as 925 e 1.350 rpm, equipado com o robusto turbo de geometria variável.

Este motor V8 é o mais indicado e é mais económico de que um 13 litros, quando é submetido a um esforço maior (ex. mais de 40 t e/ou percursos com muita inclinação). A escolha deste propulsor permite manter a velocidade média elevada.

Source: Scania

As novidades deste novo motor, são:

novo conceito de pós-tratamento dos gases com tecnologia SCR com dupla dosagem;

nova bomba de combustível de alta pressão;

novo sistema de gestão do motor com novo hardware e novo software;

alternado de 180A, optimizado para satisfazer as novas necessidades;

taxa de compressão aumentada;

pressão de pico no cilindro aumentada;

redução da fricção interna.

Test-Drive:
SCANIA R 590 V8 — G33CM
uma caixa com 14 relações, incluindo crawler e overdrive, e oito velocidades de marcha-atrás

A seguir do potente V8, o segundo importantíssimo componente, da cadeia cinemática do Scania R 590 V8, é a sua caixa de velocidades.

Scania Opticruise G33CM + Retarder R4700D – Source: Scania

Esta caixa, é a recém nascida Opticruise G33CM, apresentada em finais de Setembro de 2020.

A Opticruise G33CM foi desenvolvida completamente do zero, seguindo os mais modernos conceitos e novas tecnologias, não tendo nenhuma peça em comum com a gama anterior. É uma caixa especialmente desenvolvida para motores de elevada potência e de baixa rotações, muito apropriada para os motores de 13 litros com 500 cv e 540 cv, bem como para alguns V8.

Para o seu desenvolvimento e teste, foram necessários 6 anos.

A G33CM é o primeiro membro a representar a nova geração de caixas de velocidades Scania Opticruise para a próxima década.

— Uma curiosidade: o significado da sigla G33CM é o seguinte: G = Gearbox; 33 = 3300 Nm; C = Crawler; M = Medium Duty —

Scania Opticruise G33CM versus Scania Opticruise GRS905 – Source: Scania

Comparativamente à GRS905, a G33CM é mais robusta, mais compacta (150 mm mais curta) e cerca 60 kg mais leve, graças à carcaça em alumínio e ao novo conceito de estrutura e componentes internos.

Além de mais compacta é também mais silenciosa de até 3,5 db, cumprindo um pré-requisito dos próximos regulamentos.

A G33CM utiliza apenas 2 sincronizadores entre mudanças altas e baixas, contra os 7 da geração anterior. Eliminando sincronizadores, foi necessário rever completamente a gestão electrónica que gere os actuadores pneumáticos e os 3 eixos de transmissão.

Tem um excelente desempenho, proporciona mudanças de relações suaves, mais rápidas e precisas, graças aos três travões de eixos, contribuindo para uma maior eficácia energética e uma redução de cerca 1% a 2% no consumo de combustível.

Scania Opticruise G33CM + Retarder R4700D – Source: Scania

É equipada com engrenagens ligeiramente maiores para serem mais duradouras e permitir lidar tranquilamente com binários até 3.300 Nm — algumas fontes, garantem que esta caixa é capaz de suportar até 3.700 Nm.

A lubrificação foi também revista. O atrito mecânico foi reduzido em cerca de 50%. Para o conseguir foi decidido utilizar óleo MTF (Manual Transmission Fluid) de baixa viscosidade e transferir a maior parte do óleo num depósito situado no topo da caixa, evitando que as engrenagens ficassem constantemente expostas a óleo, reduzindo o borrifo de óleo no interior da caixa. A lubrificação e a refrigeração foram melhoradas e efectuadas através da pulverização de óleo nas áreas das engrenagens mais vulneráveis ao desgaste e com um volume de óleo variável.

O intervalo de manutenção com mudança de óleo é agora possível a cada 1 milhão de quilómetros.

Scania Opticruise G33CM + Retarder R4700D – Source: Scania

A G33CM é sobretudo uma caixa de velocidades pronta para satisfazer as mais variadas necessidades e utilizações. Utilizando um termo farmacêutico, poderíamos dizer que a G33CM é uma caixa de “largo espectro”.

A Opticruise G33CM está disponível na versão Standard e na versão Performance.

É uma caixa de velocidades de 14 relações, incluindo um Crawler (opcionalmente também um Super-Crawler) e o Overdrive, além de 8 velocidades de marchas-atrás (4 na versão Standard e 8 na versão Performance).

Nesta nova gama de caixas da Scania, para inverter o sentido da rotação, é utilizado o conjunto planetário do eixo de saída e a inversão é realizada bloqueando a coroa do conjunto planetário. Com esta solução é possível ter 8 relações de marchas-atrás a velocidades de até 54 km/h (opcional).

O Crawler da G33CM tem uma relação de 20,81; na 1ª é de 16,16; a 12ª relação é directa; no Overdrive a relação é de 0,78.

As relações da marcha-atrás são: R1 16,23; R2 12,60; R3 9,80; R4 7,61; R5 5,90; R6 4,58; R7 3,55; R8 2,75.

— Poder ter 8 velocidades de marchas-atrás é útil em camiões de estaleiro com báscula, que necessitam conduzir marcha-atrás em longas distâncias, como por exemplo em locais de construção de túneis e viadutos. —

Actualmente, a caixa G33CM pode ser combinada somente com o retarder R4700D, o qual foi também actualizado e melhorado. O novo R4700D tem uma potência máxima 500 kW e um binário máximo de 4.700 Nm a menos de 600 rpm do veio de transmissão.

Tomadas de força da Scania Opticruise G33CM + Retarder R4700D – Source: Scania

Relativamente à PTO (Power Take-Off — tomada de força) e à G33CM, a Scania oferece uma variedade de 9 diferentes soluções de PTO inteligentes, especialmente desenvolvidas para satisfazer qualquer necessidade do cliente, independentemente da sua aplicação.

A PTO EG é accionada directamente pelo eixo de transmissão e lubrificada sob pressão com o óleo da caixa de transmissão.

A PTO EK é accionada pelo volante e constitui uma unidade separada, montada entre o motor e a caixa de velocidades. Estarão disponíveis 4 relações diferentes e a torre de saída pode ser montada em 3 posições diferentes.

CONCLUSÃO DO TESTE

O Scania R 590 V8 que testei, estava acoplado a um semitrailer aerodinâmico da Krone e o peso bruto do conjunto era de 40 t.

O depósito do combustível de 400 litros era equipado com uma tampa de segurança anti-roubo. O depósito de AdBlue, tinha uma capacidade de 47 litros

Com a duração de 1h cerca, o test-drive foi demasiado curto para ter uma impressão mais completa deste veículo. Mesmo assim foi muito positiva.

O percurso teve uma extensão de 90 km e o itinerário foi o seguinte: instalações da Scania em Vialonga — M501-1 — N115-5 — A1 Santa Iria de Azóia — A1 Vila Franca de Xira — Vila Franca de Xira — N10 — Porto alto-Samora Correia — N118 — IC3 — A33 — A12 — Ponte Vasco da Gama — A12 — A30 — N115-5 — M501-1 — instalações da Scania em Vialonga.

Não tendo muito tempo à disposição para efectuar um ensaio mais exaustivo, procurei testar o Scania R 590 V8 em troços que me permitissem analisar o comportamento da nova caixa de velocidade G33CM com o potente motor DC16-121 de 590 cv, bem como o sistema de direcção electricamente assistida EAS (Electrically Assisted Steering) e as funções do ADAS, LKA, LCP e LDW AS.

Na subida que se encontra entre a rotunda em baixo do MARL até ao parque de Santa Iria de Azóia na direcção da A1, foi importante para testar o comportamento da caixa de velocidades e do motor.

O desempenho do potente motor e a velocidades das mudanças de relações da G33CM, ultrapassaram as expectativas. No início da subida, o motor conseguia fazer face a este desafio com extrema facilidade, com as rotações a subir lentamente até às 1.200 (quase), antes de chegar ao cume desta mesma subida.

Um excelente desempenho, comparativamente à prestação de um 13 litros. É nestas ocasiões que se consegue notar o poderoso V8 marcar a sua posição dominante.

Nas rotundas e à saída delas, foi interessante testar o funcionamento do EAS, o sistema de direcção electricamente assistida e o Retorno Activo, que repõe automaticamente o volante à posição “zero”.

Na autoestrada foi a vez de testar novamente o conforto e a segurança proporcionadas pelas funções do ADAS, LKA, LCP, LDW AS e da EAS.

Todos os esforços das marcas têm como fim poupar combustível, o overdrive é um meio realmente eficiente para obter resultados efectivos.

Utilizar o Pulse & Glide é outra forma para reduzir os consumos.

A condução deste Scania R 590 V8 foi extremamente agradável, uma óptima suspensão que proporcionou uma condução suave, num ambiente de verdadeiro luxo!

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