HISTÓRIA DOS VOLANTES

HISTÓRIA DOS VOLANTES

Nuno NUNO

DO SIMPLES GUIADOR AO VOLANTE MULTIFUNÇÕES

À primeira vista, desde o nascimento do automóvel, o volante é o órgão mecânico que menos evoluiu tanto na sua forma como na sua função. No entanto, nunca deixou de se transformar, nem tentou abandonar a sua forma circular.

Volante Peugeot - Photo Peugeot
Type 125 (1910) – Photo Peugeot

Originalmente muito simples e dedicado exclusivamente ao controlo da direção, tornou-se gradualmente mais complexo. Aumentou em tamanho ao passar a integrar diferentes funções secundárias: alertas sonoros, comandos do rádio, comandos do controlo ou limitador de velocidade, passagens de velocidade através de um sistema de impulsos e airbags, entre outros. Os materiais usados também evoluíram significativamente, de uma estrutura inicial em madeira, passando depois para o aço, para o alumínio e adotando, por fim, o magnésio.

Em 2012, o PEUGEOT 208 introduziu uma grande inovação na posição de condução ao lançar o PEUGEOT i-Cockpit. Colocado ao centro do tríptico composto pelo touchscreen e pelo head-up display, o volante torna-se mais compacto, sendo redesenhado para garantir uma melhor adaptação às mãos do condutor e, em simultâneo, ampliar o seu campo de visão e o espaço para as pernas. Continuando a evoluir, o PEUGEOT i-Cockpit foi, entretanto, alargado a outros modelos da Marca sendo, à data, mais de seis milhões os utilizadores que abraçaram esta revolução, inédita no mundo automóvel.


Um pouco de história

O primeiro volante para automóvel surgiu em julho de 1894, no Panhard 4 CV de Alfred Vacheron, na corrida Paris-Rouen organizada por Pierre Giffard, jornalista do “Le Petit Journal”, um jornal diário parisiense publicado entre 1863 e 1944. Mais do que uma competição, foi um grande golpe publicitário para uma invenção então recente: o automóvel. De Paris a Rouen, numa viagem de 100 quilómetros, os veículos locomovidos por um motor de explosão iriam demonstrar a sua resistência.

Equipados com guiadores, os modelos PEUGEOT, de 2 velocidades e 4 cilindros, assemelham-se a carruagens motorizadas. Noutros veículos, os passageiros estão posicionados em lugares opostos, como numa carruagem. Por todo o mundo, os construtores estavam empenhados em distanciar-se do tradicional conceito de veículo puxado por cavalos.

Volante Peugeot - Photo Peugeot
Type 15 (1897) – Photo Peugeot

Mais de 100 veículos equipados com diferentes motorizações – a vapor, óleo, gás, elétricos, a ar comprimido, a pedais, etc – participam nesta corrida. Apesar da verdadeira inovação tecnológica representada pelo volante, Alfred Vacheron e o seu Panhard 4 CV terminariam no 4º lugar final, enquanto o Panhard & Levassor e os filhos dos irmãos PEUGEOT, em carros equipados com guiador, conquistavam, ex-aequo, o 1º lugar.

Progressivamente, o volante vai substituindo a barra de direção então utilizada para controlar a direção dos veículos da época. Tecnologicamente, o automóvel libertou-se do seu parente direto de tração animal, as carruagens puxadas por cavalos. Neste sentido, em 1901, o PEUGEOT Type 36 já se diferenciava dos modelos anteriores, montados com base em carruagens motorizadas. O Type 36 apresenta duas grandes inovações: um capô de motor na frente e… um volante no lugar do guiador.

O volante como base da inovação da PEUGEOT

O “volante direcional” refere-se à peça mecânica destinada a controlar as rodas de um veículo, sendo parte integrante do sistema de direção que o condutor opera. Os pioneiros do mundo automóvel concluíram ser, de facto, mais fácil para o condutor controlar a direção de um automóvel com um volante circular, em vez de uma barra ou de um guiador.

Volante Peugeot - Photo Peugeot
Volante Peugeot – Photo Peugeot

O seu formato redondo permite-lhe ter uma melhor pega durante a sua rotação, mas também uma melhor desmultiplicação do esforço necessário para virar as rodas do veículo. O volante também pode ser acoplado a uma direção assistida de baixa velocidade para facilitar sua rotação durante as manobras.

O volante continua a ser um produto arquitetónico, cujo design é limitado pelas exigências de visibilidade do painel de instrumentos, pela legibilidade dos pictogramas impressos nos controlos sob o volante, pela boa difusão do ar emanado pelas saídas da ventilação e por outros imperativos ergonómicos, mas tornar-se-ia num suporte para outras inovações.

Volante Peugeot - Photo Peugeot
e-LEGEND CONCEPT – Photo Peugeot

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